Concreto, metal ou madeira, todos os materiais de construção se degradam com o tempo quando expostos à água e umidade. Além disso, cada elemento construtivo está mais ou menos exposto a essas intempéries, da fundação ao telhado. Em todos os casos é necessário prever camadas de proteção que impeçam a água de ter contato com o material em estado bruto — a impermeabilização—, garantindo a manutenção e longevidade da obra.
Por um lado, nos metais, tanto nas vigas ou pilares estruturais, ou ainda nas calhas e rufos nos telhados, o contato com a água causa a oxidação e consequente perda de resistência. Para evitar esse tipo de problema, a impermeabilização se dá a partir da aplicação de uma camada de fundo antioxidante e por cima deste uma pintura que aumenta sua proteção mecânica. As madeiras, por sua vez, sendo materiais orgânicos, tendem a apodrecer em contato com água e umidade, necessitando, portanto, da aplicação de vernizes e resinas que criam uma camada protetora, permitindo que elas possam ser usadas em funções estruturais e também nos acabamentos internos e externos.
Já no caso do concreto a impermeabilização é diferente. Apesar de ser resistente à água, o concreto não é impermeável, e permite, portanto, que a água penetre seus poros. Mesmo assim, o concreto armado é o material mais indicado para fazer a fundação dos edifícios em contato direto com o solo, ou seja, transmitir as cargas da edificação para a terra, o que implica lidar com alta umidade e alagamentos sistêmicos. A impermeabilização das fundações é essencial para a estabilidade e durabilidade das construções.
Ao penetrar os poros do concreto por capilaridade, a umidade acaba chegando até as paredes de alvenaria em um fenômeno chamado umidade ascendente. Essa umidade causa uma série de problemas para a construção, como bolor, mofo, bolhas de ar na pintura, deslocamento de revestimento e reboco, e até mesmo descascamento da pintura. Assim, para garantir a integridade da estrutura da fundação e das paredes e acabamentos acima do solo, é fundamental criar uma barreira de proteção que bloqueia a umidade que vem de baixo.
O importante dessa camada é que ela seja aplicada na área mais próxima da superfície, na parte que faz a transição entre o que está aterrado e o que está exposto, e também que sua aplicação cubra uma faixa das paredes, até uma altura próxima de 1 metro, em média. Em casas e pequenas construções, essa impermeabilização é feita nos baldrames e nas primeiras fiadas de blocos das paredes, e também nos contrapisos sobre o reaterro. Com esse fim, existem basicamente dois tipos de impermeabilizantes, do tipo rígido, cuja aplicação se dá a partir de argamassas específicas, ou de tipo flexível, como as mantas e tintas.
Tanto um quanto o outro exigem alguns cuidados como, por exemplo, não utilizar materiais de baixa qualidade, não economizar nas quantidades sem seguir o recomendado pelos fabricantes, ou ainda não preparar adequadamente a superfície a receber a aplicação. Além da fundação, o concreto também exige impermeabilização quando é utilizado nas lajes planas de cobertura, lidando com a umidade que vem das chuvas, ou ainda quando temos casos de estrutura aparente. Em todos os casos é importante estudar os fabricantes e produtos disponíveis para compreender qual o melhor sistema de impermeabilização para a obra e qual compensa mais financeiramente.